“O que me deixa mais feliz como agricultor familiar é ver que o abacaxi mudou a história de muitos jovens que antes só tinham a opção de, ao completar 18 anos, ir para o corte de cana em São Paulo. Hoje, os vemos com seus carros, motos e moradias dignas de um jovem trabalhador. Vemos o contrário: os jovens da cidade é que estão indo para zona rural”.
A afirmação do produtor rural Janilton Teixeira de Santana, que fez sua primeira plantação de abacaxi, reflete bem a realidade do município de Itaberaba, que desde 2019 viu o cultivo da fruta se tornar a principal atividade econômica e colocar o município entre os maiores produtores do país, responsável também por mais de 50% da produção baiana.
Filho de lavradores, Janilton diz que passou a infância ajudando na lavoura de mamona, mandioca e feijão.
“Desde cedo ajudei na lida com meus pais e meu irmão, até que em 1994 nos mudamos para a cidade, mas nunca abandonamos a zona rural”, conta. “No início do ano 2000, já um jovem de 18 anos, plantamos nossa primeira roça de abacaxi, sempre juntos, e desde então nunca mais abandonamos o cultivo do abacaxi”, completa.
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Hoje, além de agricultor, ele também é funcionário público e aproveita os fins de semana e feriados para cuidar da produção. Janilton festeja o fato de conseguir gerar empregos temporários em períodos específicos.
“Antes do abacaxi, na minha comunidade, quando nos reuníamos, era para admirar a compra de uma bicicleta, achando a maior conquista. Às vezes, fazíamos fila para dar uma voltinha. Hoje não somos ricos, mas os veículos que admiramos são outros”, orgulha-se o pai dos pequenos Lyzandra e Lorenzzo, que já adoram andar pela plantação.
A melhoria de oportunidades e renda também trouxe de volta a Itaberaba os irmãos Adailton e Adriano, que haviam migrado para São Paulo em busca de empregos. Quem conta a história é irmão e produtor Manoel Cruz Santos, que se manteve firme no campo e começou a produção de abacaxi em 2012. Hoje, todos estão na faixa dos 45 anos, são sócios e produzem uma média de 250 mil frutas na propriedade de sete mil hectares.
por Redação 2JN - atarde
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